A
geopolítica dos Estados Unidos e o Estado Islâmico.
Por: Emerson de Lima
Nascimento
Professor de Geografia
Após a Segunda Guerra Mundial,
os Estados Unidos da América, assumem o papel de “salvadores do mundo”. Os
planos de reestruturação econômica e a criação de mecanismos que coibiam o
crescimento do socialismo soviético eram prioridades e assim, envolviam-se
direta ou indiretamente em conflitos, praticamente por todos os continentes,
apoiando ditaduras em prol de uma liberdade e democracia nos moldes do
capitalismo norte americano. Assim, nesses moldes se desenvolve a geopolítica
do mundo que conhecemos, hoje.
Dessa forma, seguem outros
episódios de envolvimento do referido país que assume quase que um papel de
xerife das mazelas mundiais, apoiando Israel contra os palestinos e invadindo o
Iraque e o Afeganistão na chamada Guerra ao Terror, para a implantação da
sonhada democracia americana.
Na atualidade a Rússia, maior
herdeira da ex-URSS, é a bola da vez, pois os conflitos na região da Criméia
são alvo da crítica da nação americana. Os Estados Unidos acusam a Rússia pelo
fornecimento de armas e apoio aos rebeldes e como sempre impõem sanções
econômicas à antiga potência socialista.
O que então teriam os Estados
Unidos com o problema imposto ao mundo pelo Estado Islâmico?
O Estado Islâmico foi um
problema criado pela geopolítica e pelos valores impostos no ocidente, onde
impera uma democracia que está aliada ao consumismo, à falta de respeito, à
deturpação de valores e a intolerância religiosa.
O Estado Islâmico é fruto de um
processo de globalização que rompe com as identidades nacionais e encontra-se
enraizado em diversas partes do mundo, esse enraizamento resulta da diminuição
das distancia impostas pela globalização, associada a processos migratórios de
povos de diversas etnias e religiões pelo mundo. Os extremistas muçulmanos não
tem uma face, hoje não são apenas os árabes com seus turbantes que ameaçam o
mundo ocidental, mas cidadão nascidos em diversas partes do mundo mas que tem
origem no Oriente Médio ou norte da África, ou seja, o Estado Islâmico, pode
ser fruto do imperialismo que subjugou povos e sugou recursos naturais.
Outro fato é a presença
ocidental no Oriente Médio, deturpando valores e interferindo na cultura
daquele lugar. No Afeganistão, no Iraque, na Arábia Saudita e em Israel, mesmo
que não fisicamente, os Estados Unidos se fazem presentes na região, seja por
meio de apoio econômico ou interferência em conflitos.
Podemos não saber qual será o
resultado das ações do Estado Islâmico, ou seja, de que forma o ocidente
reagirá, pois não se trata de uma país com território definido e soberania
assegurada. Entretanto, não podemos ser ingênuos em pensar que tudo que está
ocorrendo é apenas o resultado do extremismo de um grupo religioso distante da
nossa realidade. O jogo na geopolítica mundial envolve, mentiras, omissão de
fatos e histórias contadas segundo o interesse do narrador que pode muito bem
travestir-se de cordeiro para esconder um lobo faminto por poder.